O café que apresentamos esse mês é da variedade Catuaí Amarelo IAC-62, método de processamento natural, safra 2023/2024, do produtor Sérgio Cotrim D'Alessandro. Possui fragrância de caramelo, avelã, doce de leite e chocolate, sabor de açúcar mascavo, caramelo, castanhas e chocolate, acidez cítrica, corpo denso e finalização suave. Pontuação final com base em laudo emitido por um licensed Q-Grader - 85,75 pontos.
Fazenda: Cotrim e D'Alessandro
Município: Manhumirim - MG
Altitude média: 900 metros
O produtor:
Dia 22 de julho de 1949, um navio partiu de Gênova, na Itália, para o Brasil. Levava centenas de imigrantes italianos. Entre eles, Mário D'Alessandro e o seu sonho de ganhar o mundo. Após desembarcar, Mário cruzou a Serra da Mantiqueira e se instalou em Manhuaçu. Começou a trabalhar com tachos e alambiques de cobre. Montou um pequeno comércio e nas horas vagas se aventurava a pé, a cavalo ou de bicicleta pelas trilhas da Serra do Caparaó. Nas andanças, ficou apaixonado pelo plantio de café. Todos os dias, cruzava a cidade de bicicleta, carregando mudas para a propriedade da Limeira. Anos depois, enquanto transportava companheiros para a roça, um acidente de trabalho tirou lhe a vida. Manter o sonho de produzir café coube a seu grande companheiro: o filho Sérgio - um apaixonado pelo café das Matas de Minas, sua qualidade e diversidade de sabores. De voz baixa, andar atarefado da labuta e uma devoção pelo processo manual da produção do café, Sérgio triplicou a produção deixada pelo pai. Sempre dividiu seus conhecimentos com outros produtores para que, juntos, pudessem aumentar a oferta de café de qualidade na região. Às vezes é possível ver Sérgio caminhado sozinho na plantação, cheirando e tocando os grãos de café. Vive silenciosamente o orgulho de ter realizado o sonho do velho Mário. Hoje, quem viaja de navio é o café das Matas de Minas, muitas vezes para a Europa, velha terra dos D’Alessandro.
A região:
A região das Matas de Minas é uma origem produtora de cafés especiais, composta por 64 municípios, situada em uma área da Mata Atlântica, no leste do Estado de Minas Gerais. A produção é naturalmente sustentável, marcada pela predominância da agricultura familiar, pelo impacto econômico e social direto e indireto e integração natural entre o homem e a mata, fatores culturais presentes na cafeicultura da região. É uma região pioneira na qualidade artesanal, o trabalho manual e técnicas desenvolvidas pelos produtores da região para se produzir alta qualidade. O resultado desse trabalho é uma diversidade de nuances e sabores diferenciados, presentes nos cafés da região, que hoje se destacam nas principais premiações nacionais e internacionais. A região conta atualmente com 275 mil hectares de produção, 36 mil produtores, gera aproximadamente 75 mil empregos diretos e 156 mil empregos indiretos.
https://trace.matasdeminas.org.br/index.php/trace/getTrace?cod=869